Por Vitalina de Assis.
Há dias e dias. Alguns tão perfeitos
e tranquilos que por pouco nos esquecemos de que a vida tem seus sobressaltos e de que estamos aqui para aprender a nos melhorarmos como pessoas, independente de quem somos ou o que fazemos. Entretanto, há outros que parecem
possuir dentes a nos moer sem piedade, prontos a sugar toda a nossa energia e
nos questionamos, o que trás este dia de diferente, se estamos no mesmo lugar e
fazemos as mesmas coisas que fizemos ontem? O “ontem” nunca será o mesmo lugar,
e as coisas que fizemos, jamais serão as mesmas, pois o momento já não existe
mais, a não ser em nossa memória, no nosso sentir e isto também há de passar. Então
percebo que o “dia” é apenas um período de luz e claridade, horas que passam,
um mover do nosso planeta e ele não carrega em seus ombros intenções boas ou
ruins. Sequer fala o dia, sequer sente, sequer pode se ausentar como nos
ausentamos às vezes do trabalho, da faculdade, das pessoas e nos ilhamos em um lugar
qualquer. Não importa como nos sentimos, chova ou faça sol, o dia há de se
apresentar após a noite e dane-se, se o apreciamos ou não. A ele não fará a
menor diferença nosso apreço ou desprezo. E cabe aqui uma reflexão que me salta
aos olhos e sentidos; a nós também não deveria fazer a menor diferença se nos
apreciam ou nos desprezam. Se não reconhecemos nosso real valor como um ser
único e especial, como poderemos esperar que os outros reconheçam isto?
O dia, este espaço temporal de luz
possui a sabedoria do universo, não se deixa afetar se afetados estamos nós,
habitantes deste planeta. Horas do dia, após horas da noite, certeza
tão absoluta quanto à de que um dia não estaremos aqui para contá-las, mas teremos
que dar conta do que fizemos, do que falamos, ou mesmo de nossa omissão.
A mim importa hoje conjugar a luz,
conjugar a energia solar que permeia todo o meu entorno, independente do sol
brilhar ou não. Disse Jesus: “São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos
forem bons, todo o teu corpo será luminoso”... – então meus olhos estão
perfeitos, pois sinto não apenas meu corpo luminoso, mas todo o meu ser, todo o
meu pensamento, toda a energia que sinto vibrar ao transmutar os pensamentos
ruins que me acercam, (pois eles se aproximam sorrateiramente, não como um
simples e inocente sentimento, mas como uma sentença de morte se lhe dermos
abrigo. Há muito, desconheço esta aproximação, meu “ser” verdadeiramente se
encontra em paz.) em pensamentos de luz construtivos e harmoniosos com o bem que
deseja minha alma, pois em abundância o encontro disponível como dádiva de
Deus.