Seu pequeno corpo era uma imensidão
a colorir o verde desbotado, ressequida sombra
vermelho e preto
sobressaindo-se,
contam sua estória
Ao ordenar do vento
impossível era ficar assim
contemplativa
um detalhe
um ponto colorido a fazer diferença
Algumas vezes
impelida de um lado a outro
suas asas transparentes e pequenas
eram absolutamente fortes para um ir e vir ...
e
embora regida pela força do vento
fingia ser seu o movimento
Não submeteu-se nesta manhã
e sob ordens pessoais
aquietar-se foi seu mais absoluto querer
nada devia ao seu silêncio
mergulhou em um oceano sem fala
imóvel
nenhuma onda ousou quebrar-se em seu quieto
e silencioso mar.
Mergulhou em pensamentos
vermelho e preto
o beje
mesclando
um corpo intenso
asas transparentes,
finas,
recolhidas em sua imobilidade imperturbável.
Ontem voou sem destino
forçaram sua rota
sem o poder da escolha
deixou-se
entretanto
dizia a si mesma:
Amanhã nenhum sopro a forçar
Esperou que amanhecesse sua vontade
seu desejo de ficar por ficar
ancorar no silêncio e na ausência do vento
um ponto
vermelho e preto
mesclando suavemente o beje
em outra vida
sua presença marcou.