quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Damos conta! Passe a régua.





No futuro não muito distante, acredito eu, os cientistas irão descobrir (se já não o fizeram) no DNA feminino, moléculas da "carência" , porque as da culpa, não tenho dúvida carregamos nos nossos genes. A culpa é edêmica, foi-nos atribuída lá no Jardim do Éden, quando o "perfeito" Adão, ao invés de proteger sua adjutora, foi logo apontando o dedo e dizendo para Deus: "Foi a mulher que tu me destes". Dividiu a culpa entre Eva e Deus, naturalmente. Hoje nos culpamos por tudo, somos apontadas como culpadas e no final das contas, imitamos Adão: "Ah Senhor, foi o homem que o Senhor nos deu, foi o homem que o Senhor não nos deu, foram os filhos que o Senhor permitiu que gerássemos, ou a falta deles". CULPA E CARÊNCIA", um casamento ideal e a morada perfeita: SEXO FRÁGIL, MULHER. Não é assim?

Se somos casadas, estamos carentes e culpadas; se estamos sozinhas, carentes e culpadas; se nos divertimos, carentes e culpadas; se dormimos o sono da depressão ou dos justos,  carentes e culpadas; se amamos em demasia, carentes e culpadas; se amamos moderadamente, carentes e culpadas; se não amamos, carentes e culpadas; se vivemos e curtimos nossa vida, carentes e culpadas! Isto parece-me uma sentença pronunciada ao som do martelo, no grande tribunal da vida: CARENTES E CULPADAS! E aquela estória de "ser inocente até que se prove o contrário?". Não funciona no nosso universo único e particular. Devem existir algumas heroínas divas acima deste patamar, o resultado final de anos de terapia, pensamentos positivos, e alguns segredos inconfessáveis. Fato é que estou por vias de regras: CARENTE E CULPADA, e isto não é apenas um sentimento a extirpar, talvez uma "hemodiálise" metaforicamente falando, com sua remoção hipotética da carência líquida e da culpa, substância tóxica que circula livremente em nosso sangue, dê jeito nisto. Filtrar, depurar sentimentos indesejáveis na alma, no coração, na pele, deveria ser algo simples de se efetuar, entretanto já podemos estar vitimados por uma insuficiência de amor próprio e neste caso, nosso sentir não consegue eliminar tais substâncias devido à falência dos mecanismos de autopreservação. Sabemos porém, que tal tratamento não existe, que a carência não se retira em processamento mecânico, e a substância tóxica da culpa, não se apaga como se apaga um cigarro, como se apaga uma ideia. Anos de terapia? Talvez.

Vivenciando eu, conflitos familiares, uma amiga consolou-me com o seguinte conselho: "você precisa SE colocar em PRIMEIRO lugar, e no segundo: você é claro, no terceiro: você sem discussão, no quarto, você de novo, no quinto e olhe lá, você comece a pensar em outras pessoas. Cúmulo do egoísmo? Pode uma mãe priorizar-se tanto assim? Pode uma pessoa "egoístizar-se" sobremodo? Não sofreria esta pessoa uma retaliação da culpa? Bom, quanto a mim posso ser categórica! A "culpa" não pega leve comigo, sua retaliação é cruel!

Sem falar é claro, na "esperança" que se cansa e convenhamos, não é a varinha de condão a tudo realizar. O que sobra então? Um cansaço exorbitante, que horas, dias, meses, anos de sonoterapia, talvez não dessem conta de administrá-lo. Da esperança quero muito abrir mão, mas não se vive sem esperar que as coisas melhorem, não é mesmo? Então finjo! E o meu fingimento é tão convincente, que tem horas que penso realmente ter virado o jogo, então finjo mais ainda para não acordar, embora o sol já esteja aquecendo a janela. Amanheceu o dia, acorda sonhadora!

Outras vezes voamos, alçamos altas nuvens, pousamos, sem contudo aterrisarmos de fato. Fantasiamos amor, uma vida de completude, situações onde nossa vontades e desejos supremos se realizam. Os dias passam, os anos nos envelhecem e nossos sonhos hão de envelhecer um dia.

Quanto a carência, será que um dia ela seca? E a culpa? Bom, esta parece indivisível, imortal e segundo a sabedoria de almanaque - "se não podes vencer seus inimigos, alie-se a eles". O que isto significa? Não sei ainda, mas se olhar na direção contrária, se mudar de rua for a saída, que os meus olhos não me traiam e que tais ruas não se transformem em becos sem saída. Meu pensamento? "que estas ruas brilhem com pedrinhas de brilhantes, para o meu, para o meu amor passar". E antes que pense em um amor de calças compridas, cabelos prata estonteantemente perfumados e um olhar sedutor - te quero mulher só minha, que desfile primeiramente o meu "AMOR PRÓPRIO"! “Eu” em primeiro, “eu” em segundo, “eu” em terceiro, “eu” em quarto, em quinto... E a culpa? Do outro lado da rua, na paralela da minha vida e em direção oposta, obrigatoriamente oposta.

Conviver com esta dupla não é nada fácil! Mas fomos forjadas para vencer a dor e seguir adiante. Hoje possuímos a vantagem de sermos seres livres, (?) diferentes de outras filhas de Eva do passado, submissas, escravas do lar e da condição "fique quieta", sem prazer e sem direito a ele. Hoje trabalhamos, sentimos prazer, somos o "macho" da casa e muitas vezes da própria relação, e pagamos um preço "desgraçado" por isto. “A quem muito foi dado, muito será cobrado”! Outra sentença, outro bater do martelo. Que venham as notas promissórias! Já provamos por alguns séculos, que damos conta do recado. Passa a régua!


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Coruscante!

   
 

                  
                       Ah,
                       O Sol,
                       Astro rei
                       Caliente
                       Envolvente
                                                
                       minha libido
                       envolta em raios de sua luz
                       incendeia.
                                                 
                       Meu desejo
                       Anseio meu
                       envoltos em raios que douram
                       exalam sedução
                                                 
                       Cheira!
                       Energia inesgotável
                       instinto da vida.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

DRUMMOND, DRUMMOND, VAMOS TER QUE COMBINAR!



"Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.

Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.

Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR".



Diz aí Drummond, e se o coração deste alguém não parar de “funcionar por alguns segundos” como o meu?

E se no olhar, houver o “mesmo brilho intenso entre eles”, e for somente tesão ou amizade? Ele pode até ser a pessoa que estou esperando desde o dia em que nasci, mas, e se eu for apenas mais uma: “ah se eu te pego”, como vai ser Drummond?

Então se o “toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante e os olhos se encherem d'agua”... percebo: existe algo mágico sim:
Então tá combinado, é quase nada
É tudo somente sexo e amizade.”

E daí se o “primeiro e último pensamento do dia” for a “bendita” pessoa e se a “vontade de ficar juntos, chegar a apertar o coração”, podes Drummond, garantir ser “AMOR”?

Modernista você? Alma romântica!

Então “Tá combinado” Carlos Drummond de Andrade! As loucuras do dia a dia deixaram-me cega,
os “SINAIS” mudaram muito,
e para saber se é amor ou mera “combinação”,
vou ter que nascer de novo. 


Entretanto, 
"se o amor já está 
se há muito tempo que chegou
E só nos enganou?
Então não fale nada", ou diga tudo.